Há 72 mil
processos pendentes nos tribunais administrativos há mais de cinco anos…
O Governo pretende criar equipas de magistrados dedicadas a
resolver os processos mais atrasados, ou seja, aqueles que estão pendentes
desde 2012 ou antes. A Ministra da Justiça revelou que foram aprovados cinco
diplomas no âmbito da reforma da justiça administrativa e fiscal, que pretende
a “modernização e racionalização” daquela jurisdição.
“Foram criadas, por
decreto-lei, as equipas de magistrados judiciais que têm por missão proceder à
recuperação de pendências nos tribunais administrativos e tributários,
procurando, num curto espaço de tempo, melhorar a qualidade da resposta do
sistema”, lê-se no comunicado da reunião.
A ministra lembrou que nos últimos dois anos entraram no
Centro de Estudos Judiciários 82 auditores de justiça, os candidatos a juízes
que ainda estão em formação. “Foi um grande reforço, num universo de 120
magistrados”, afirmou a ministra, para explicar que recursos serão usados para
as tais equipas especiais. O Governo aprovou ainda incentivos para a
desistência de processos e a possibilidade de recurso à arbitragem.
Para tentar simplificar os procedimentos nos processos
administrativos e fiscais, o Governo vai criar formulários-tipo para diferentes
casos. “Destaca-se a redução da taxa de justiça devida pelas partes nos
processos administrativos quando as partes preencham formulários criados para a
apresentação de peças processuais, de modo a diminuir a duração dos processos,
reduzindo também os encargos processuais e reforçando a boa administração da
justiça”, justifica o Governo, na nota do Conselho de Ministros.
Foi ainda aprovada a proposta de lei que altera o Estatuto
dos Tribunais Administrativos e Fiscais e pretende a especialização dos tribunais
de primeira instância. “A ideia é sempre que a complexidade das matérias ou o
volume processual justifiquem criar tribunais especializados em contratos
públicos, urbanismos, ambiente e ordenamento do território e execuções fiscais”,
disse Van Dunem.
Esta proposta de alteração, que ainda terá que ser discutida
e aprovada no Parlamento, prevê um novo modelo de gestão dos tribunais
administrativos e fiscais, semelhante ao que existe nos tribunais comuns, ou
seja, com um juiz-presidente, um administrador judiciário e um
procurador-coordenador. A ministra anunciou igualmente que quer criar gabinetes
de assessoria para apoiar os magistrados em matérias mais complexas.
Bibliografia: Jornal PÚBLICO
Rodrigo Dorey
140115142
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